Piódão é uma vila localizada na Serra do Açor, no centro de Portugal, que surpreende os visitantes com sua beleza singular.
É possível chegar lá através de uma estrada sinuosa que revela um visual incrível: casas de xisto distribuídas pelas encostas da montanha, pintadas de azul nas janelas e portas, e uma igreja branca que se destaca no centro da vila, criando uma composição inesquecível.
A vila surgiu há muitos séculos, quando os primeiros moradores foram atraídos pelas nascentes da região e fundaram o povoado de Casas Piódam.
No século 13, o povoado foi transferido para a sua localização atual, possivelmente devido à construção de um mosteiro do qual não há mais vestígios.
Durante muito tempo, a aldeia dedicou-se principalmente às atividades agrícolas e pastoris, e hoje com pouco mais de 60 moradores, começa a ser descoberta pelo turismo.
Piódão faz parte da rota das Aldeias Históricas de Portugal, um conjunto de vilas que conservam o patrimônio histórico e cultural do país.
As casas da vila estão distribuídas em socalcos, criando uma disposição em anfiteatro e são construídas com pedras de xisto, o mesmo material que cobre os telhados das casas.
A maioria das portas e janelas são pintadas de azul, e embora não se saiba ao certo a origem dessa tradição, especula-se que ela tenha surgido devido ao isolamento da aldeia e à chegada de uma lata de tinta azul.
Em 1980, Piódão foi considerada a aldeia mais típica de Portugal e é conhecida como a “Aldeia Presépio” devido à sua iluminação noturna artificial e à disposição das casas.
A vila é classificada como “Imóvel de Interesse Público”, e sua história e tradições a tornam um lugar único e especial para visitar.
Aldeia Presépio
Píodão é conhecida como “Aldeia Presépio” devido à sua configuração arquitetônica única e à iluminação noturna que destaca as suas características singulares.
As casas de xisto, que parecem empilhadas umas sobre as outras, são construídas em socalcos e dispostas em anfiteatro, seguindo as curvas do terreno e formando uma paisagem impressionante.
À noite, a iluminação da aldeia enfatiza ainda mais a sua aparência pitoresca, criando um ambiente mágico que remete a um presépio. A disposição das casas, a luz e a topografia fazem da aldeia um lugar único e inesquecível.
Casas de Xisto
As casas de xisto são construções tradicionais feitas com pedra de xisto, um tipo de rocha muito comum na região das Serras da Estrela e do Açor, em Portugal.
Essas casas têm uma aparência única, caracterizada pela tonalidade acinzentada da pedra e pela forma como são empilhadas para formar as paredes e os telhados.
O xisto é uma rocha sedimentar que se formou há milhões de anos a partir de sedimentos que se acumularam no fundo de rios e oceanos. Ele é muito resistente e durável, o que o torna um material de construção ideal para as regiões montanhosas de Portugal.
Além disso, o xisto é um material abundante na região e de fácil extração, o que tornava mais barata a construção de casas com essa rocha.
Na história da região, as casas de xisto têm uma importância significativa, pois foram construídas há muitos séculos pelos moradores locais como uma forma de protegerem-se das intempéries climáticas e das ameaças de ataques inimigos.
Além disso, a construção de casas com xisto era uma forma de utilizar os recursos naturais da região de forma sustentável, sem causar grandes impactos ambientais.
Hoje, essas casas são uma atração turística importante da região, sendo consideradas parte do patrimônio cultural e histórico de Portugal.
Um pouco de história
A história de Piódão e das aldeias de xisto está intimamente ligada à geografia da região. Situadas na Serra do Açor, na região central de Portugal, essas aldeias foram construídas com a pedra de xisto, um tipo de rocha que é abundante na região e que apresenta uma aparência cinzenta e escura, com veios de tonalidades mais claras.
A origem dessas aldeias remonta a épocas antigas, quando os primeiros habitantes da região construíram suas casas em locais de difícil acesso, próximos a fontes de água e em áreas protegidas de ventos e outras intempéries.
Ao longo dos séculos, essas comunidades foram se desenvolvendo, dedicando-se principalmente à agricultura e à pastorícia, e mantendo um estilo de vida muito próprio, com tradições e costumes únicos.
No entanto, a importância do xisto na história da região só foi reconhecida mais recentemente, com a criação do projeto das aldeias de xisto, que teve início na década de 1990.
Esse projeto teve como objetivo revitalizar essas aldeias, promovendo o turismo e valorizando a cultura e o patrimônio local.
Ao todo, são 27 aldeias de xisto distribuídas pela região central de Portugal, cada uma com suas particularidades e belezas únicas. Além de Piódão, outras aldeias famosas são Lousã, Góis, Janeiro de Cima, Benfeita, entre outras.
Todas essas aldeias possuem um conjunto arquitetônico muito interessante, com casas construídas em xisto, ruas estreitas e sinuosas, fontes, igrejas e capelas.
Atualmente, as aldeias de xisto são uma atração turística muito popular em Portugal, atraindo milhares de visitantes todos os anos.
Além de apreciar a beleza natural da região e a arquitetura única das aldeias, os turistas podem ainda conhecer a cultura e as tradições locais, participando de festas e eventos que acontecem ao longo do ano.
O que fazer em Piódão
A pequena cidade de Piódão é um verdadeiro tesouro em termos de arquitetura e história. As suas construções de xisto, com portas e janelas pintadas de azul, são um exemplo notável da capacidade do homem de se adaptar a ambientes difíceis e de preservar a sua história.
A aldeia, que faz parte da rota das Aldeias de Xisto, surgiu no século 13 e foi transferida para a sua localização atual por volta do século 16, onde se dedicou às atividades agrícolas e pastoris.
Andar pelas suas estreitas ruelas é uma experiência única, que permite apreciar toda a beleza da arquitetura singular da região, com construções inteiramente em xisto, coloridas com portas e janelas pintadas em tons de azul, e vasos floridos em frente às casas.
É possível visitar três igrejas, a Matriz, a Capela de São Pedro e a Capela das Almas, que refletem a forte presença da religiosidade na história da região.
Para além da beleza arquitetônica, a cidade oferece uma feirinha de produtos típicos, onde é possível adquirir mel, licor e queijos, além de diversos outros produtos regionais.
Em suma, visitar Piódão é uma oportunidade única para contemplar a singularidade da arquitetura e história da região e para mergulhar na cultura e tradições locais.
Onde comer
Se você estiver buscando por uma experiência gastronômica na região, o restaurante O Fontinha é uma excelente opção. Inaugurado em 1989, ele oferece aos visitantes a oportunidade de provar pratos típicos da região, como a Chanfana Assada no forno a lenha, bucho de porco recheado, cabrito assado e trutas grelhadas.
O ambiente do restaurante é acolhedor e rústico, e a comida é preparada com ingredientes locais e frescos, garantindo uma experiência autêntica da culinária portuguesa.
Existem duas opções de hospedagem em Piódão para aqueles que desejam passar a noite na pitoresca aldeia:
Cada uma dessas opções tem suas próprias características e comodidades para atender às necessidades dos visitantes.
Como chegar lá
Para chegar a Piódão de carro, é preciso seguir pela A1 em direção a Coimbra, saindo na saída 13 para a N17 em direção a Oliveira do Hospital. Depois, é preciso pegar a N230 em direção a Piódão.
A viagem a partir de Lisboa dura cerca de 3 horas e a partir do Porto, cerca de 2 horas e meia.
Apesar de ser possível chegar de ônibus a algumas cidades próximas, como Oliveira do Hospital, não há transporte público direto para Piódão, sendo o carro a única opção de locomoção para chegar à aldeia.
Vale lembrar que a estrada para Piódão é bem sinuosa e estreita, exigindo atenção redobrada do motorista. No entanto, a vista deslumbrante durante todo o trajeto fazem valer a pena a viagem.
Além disso, as estradas que cortam a região das Aldeias de Xisto são consideradas uma das mais belas de Portugal, proporcionando uma experiência única e inesquecível aos viajantes.
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