Sair dos subúrbios a oeste de Lisboa e subir a Serra de Sintra é como viajar para outro mundo. Esta cidade fica em uma paisagem montanhosa cheia de palácios, propriedades rurais, parques e um castelo medieval.
No centro de tudo, o Palácio de Sintra foi residência da realeza portuguesa e é apenas uma das muitas propriedades requintadas que vão conquistar você.
Outra atração que vai deixar você de boca aberta é a enigmática Quinta da Regaleira, construída por um milionário excêntrico, ou ainda o Palácio da Pena e sua confusão de torres de contos de fadas no topo de uma montanha alta.
Você pode caminhar pela floresta onde foram plantadas árvores exóticas no século 19. Ou seguir até a costa para conhecer as praias entre falésias que arranham o céu, no Cabo da Roca, no limite da Europa continental.
Nesse artigo, vamos revelar quais as melhores coisas para você fazer em Sintra:
1. Quinta da Regaleira
António Augusto Carvalho Monteiro nasceu em 1848, filho de ricos emigrantes portugueses no Brasil e aumentou a sua fortuna nos negócios de café e pedras preciosas.
Essa riqueza foi canalizada para a desconcertante Quinta da Regaleira, repleta de pequenos monumentos que refletem seu fascínio pelos maçons, cavaleiros templários e adivinhações.
O seu palácio romântico é como tivesse saído de um sonho e arrasa com cantarias manuelinas, mas é no parque do palácio que a personalidade excêntrica de Monteiro se revela: no subsolo existe um sistema de túneis e grutas, tudo para confundir e encantar.
No parque, você encontra jardins ornamentados, bancos com esculturas e dois “poços de iniciação”, que são poços profundos alinhados com escadas em espiral que levam a santuários para cerimônias místicas.
2. Palácio da Pena
Recentemente nomeado uma das “Sete Maravilhas de Portugal”, o Palácio da Pena foi mandado construir pelo rei Fernando II em 1838 sobre as imponentes ruínas de um antigo mosteiro.
A arquitetura que lembra um palácio da Disney e o cenário elevado lembram o Castelo Neuschwanstein, de Ludwig II, na Alemanha, mas o Palácio da Pena é, na verdade, algumas décadas mais antigo.
Como era moda na época, o palácio reúne muitos estilos históricos, do mourisco ao renascentista.
A princípio, o edifício foi construído para ser um mosteiro mas, ao longo da sua existência, foi transformado em um palácio, repleto de aposentos, salas e terraços.
Cercado por muito verde, a vista lá de cima é espetacular. Passe um tempo ao ar livre nos jardins do palácio, onde o rei Fernando II plantou árvores de todo o mundo, como sequoias, samambaias, ginkgos e ciprestes que se elevam a alturas surpreendentes.
3. Miradouro da Cruz Alta
O mais gratificante de todos os passeios que pode fazer no Parque da Pena é o trilho que serpenteia pela floresta até o ponto mais alto da Serra de Sintra.
Com 528 metros de altitude, este pico é assinalado por uma cruz de estilo manuelino e está a apenas 4 km do centro histórico de Sintra, Patrimônio da Humanidade. .
Lá do alto se tem uma bela perspectiva do colorido conjunto de torres do Palácio da Pena, bem como dos tons verdes da serra de Sintra, uma vasta extensão da península de Lisboa, incluindo os concelhos de Sintra e Cascais, e também o cabo da Roca,
4. Cabo da Roca
Os limites de Sintra se estendem até a costa e ao ponto mais ocidental da Europa continental. O Cabo da Roca é o ponto onde a Serra de Sintra se encontra com o oceano.
O cabo tem 140 metros no topo de uma falésia de granito e com poderosos rochedos banhados pelo oceano lá embaixo.
Há um farol bem no pico, bem como um monólito de pedra com uma cruz para marcar este promontório, que foi um famoso marco marítimo desde os tempos romanos até a Era dos Descobrimentos.
5. Castelo dos Mouros
Erguidas num dos picos mais a norte de Sintra estão as ruínas de um poderoso castelo, construído pelos mouros e ampliado após a Reconquista Cristã.
As muralhas possuem quatro torres quadradas e serpenteiam pelos contornos da montanha no topo de um penhasco íngreme, sendo um espetáculo para ser visto lá de baixo e um miradouro incrível lá de cima.
Os amantes da História podem investigar as ruínas em busca de vestígios emocionantes, como a grande cisterna mourisca, que você pode acessar por uma escada, e as ruínas de uma capela românica com afrescos em sua capela-mor.
6. Parque e Palácio de Monserrate
Monserrate fica no meio da serra, ligeiramente afastado dos outros palácios de Sintra e, portanto, não recebe tantos visitantes.
Mas isso não significa que você deve ignorá-lo, porque tanto o palácio quanto os terrenos do renascimento mourisco são gloriosos.
Foi todo ajardinado em meados do século 19 por Sir Francis Cook, um aristocrata inglês que recebeu o título de Visconde de Monserrate pelo rei Luís I. O parque tem plantações de bambu, grutas, cascatas artificiais, lagoas, cedros exóticos e samambaias.
E quanto à residência, a influência islâmica é inegável nas treliças dos seus arcos, nos estuques arabescos da escadaria e no teto da radiante sala de música, que ainda hoje acolhe concertos.
Dizem que o beatle Paul McCartney tentou comprar o palácio mas não sabemos se esta história é verdadeira ou não.
7. Palácio de Sintra
Você irá reconhecer este palácio imediatamente pelo seu par de torres brancas em formato de cone que pairam sobre um edifício que é uma mistura de salões e anexos.
O Palácio de Sintra é o palácio mais antigo da vila e a residência real medieval que se encontra em melhor estado de conservação em Portugal.
A realeza viveu no palácio de 1400 a 1700, e cada ocupante adicionou um pouco de sua própria personalidade.
Um deles, o rei Manuel, I foi responsável por grande parte da decoração interior, revestindo as paredes com atraentes azulejos de Sevilha. Os azulejos são de estilo mudéjar (renascimento mourisco) e têm padrões geométricos semelhantes a tapetes.
Outra das suas obras é a magnífica Sala dos Brasões, onde o teto é a expressão máxima do seu ideal de monarquia, com o brasão de D. Manuel no topo da cúpula, acompanhado pelos brasões das 72 famílias mais importantes do reino.
8. Palácio Nacional e Jardins de Queluz
Queluz é uma cidade a leste de Sintra, mas pertencente ao mesmo concelho. Lá, o que vale a pena ver é o Palácio de Queluz, que foi construído em meados do século 18 e possui uma arquitetura rococó exuberante.
O local foi o retiro de verão de D. Pedro de Bragança, que se tornaria Rei Consorte da sua sobrinha, a Rainha D. Maria I. Os interiores são sublimes, enfeitados com estuques dourados e frescos resplandecentes no teto da Sala de Música e no Boudoir da Rainha, que tem um delicado padrão de treliça.
Do lado de fora, você pode saborear a grandeza barroca das fachadas do arquiteto francês Jean-Baptiste Robillon e o canal de 100 metros, cercado por painéis de azulejos azuis e brancos.
9. Convento dos Capuchos
Situado em plena Serra de Sintra, o Convento dos Capuchos contrasta com as imponentes e exuberantes edificações que prevalecem no resto da vila. Este convento franciscano se destaca pela sua simplicidade, totalmente desprovido de luxos e confortos desnecessários.
Os monges viviam em minúsculas celas escavadas na rocha e enfeitadas com cortiça, e sobreviviam de vegetais cultivados na horta.
A sua falta de escala e a notável pobreza da sua construção representam facetas integrantes da mística deste monumento. Aqui, a construção humana se fundiu com os elementos naturais pré-existentes, a vegetação envolvente e os enormes penedos graníticos, que constituem o que os habitantes desta casa conventual consideraram “construções divinas”.
As matas que envolvem o edifício foram mantidas intactas pela comunidade religiosa que ali vivia e constituem hoje um dos exemplos mais notáveis da flora primitiva de Sintra.
10. Centro Histórico de Sintra
Se você chegar a Sintra de manhã cedo, a primeira coisa que deve fazer é um passeio a pé pelo centro histórico.
Esse passeio precisa ser bem cedo, quando a cidade ainda está acordando, pois no final da manhã as ruas serão invadidas por turistas.
O núcleo urbano compacto serpenteia por um vale escarpado e tem ruas sinuosas de calçada portuguesa, escadarias estreitas, igrejas e belas mansões e sobrados.
Algumas delas são museus, como o Museu Anjos Teixeira e o Museu de História Natural, e outras só podem ser admiradas e fotografadas do lado de fora.
Mais tarde, se conseguir enfrentar a multidão, não deixe de visitar uma pastelaria para provar um dos doces de Sintra.
11. Praia da Ursa
Escondida nas escarpadas falésias da costa de Sintra se encontra uma das praias mais puras e maravilhosas de Portugal, a Praia da Ursa, aquela que é a praia mais ocidental de Portugal e da Europa Continental.
É das praias selvagens mais sublimes que se tem notícia, uma beleza natural em estado puro, daquelas que eleva a alma à primeira vista. Apesar do areal ser pequenino, a beleza paisagística é colossal.
A Praia da Ursa é das mais bonitas do mundo, segundo o Guia Michelin, com um cenário tão idílico que bem poderia ser palco de um filme com Leonardo DiCaprio.
Você deve estar se perguntando como é possível existir um lugar assim tão selvagem, mas a resposta é simples: só é possível aceder à praia a pé. E a caminhada, embora curta, vai exigir uma boa forma física.
Para dificultar ainda mais o acesso à Praia da Ursa, o caminho não está de todo assinalado. Ou seja, quem não conhece a área pode não encontrar o caminho mais direto e fisicamente menos exigente. Mas, se fosse fácil, não seria o lugar paradisíaco que é hoje.
12. Museu do Ar
Para uma mudança de ritmo de palácios e montanhas, há um museu de aviação para a Força Aérea de Portugal na Base Aérea de Sintra.
O museu está chegando ao seu 50º aniversário e, em 2010, a frota de aeronaves foi transferida de Alverca para este enorme hangar.
No local, você encontra uma grande frota de aviões, helicópteros, hélices, equipamentos de navegação, painéis de instrumentos e toneladas de outras parafernálias.
A exposição começa com uma linha do tempo dos primeiros experimentos de aviação nos tempos da Renascença, avançando através de biplanos primitivos como Tiger Moths para aeronaves da Segunda Guerra Mundial como Spitfires e depois para a era do jato.
Um destaque do museu é o Douglas C-47A Dakota, no qual você pode embarcar, mas apenas acompanhado de pessoal da Força Aérea.
13. Praia da Adraga
A Praia da Adraga é próxima da Praia da Ursa, e tem as mesmas rochas afiadas e a intimidante parede de falésias. A boa notícia é que você pode ir até lá de carro, e há um restaurante no estacionamento próximo à praia.
Se você for com cuidado, é um lugar divertido para explorar, se aventurando pelas rochas para encontrar cavernas e túneis.
O surf é um pouco mais vigoroso nesta praia do que na vizinha, mas há salva-vidas durante todo o verão.
14. Bonde de Sintra
Visitar palácios e parques pode deixar as crianças mais novas se sentindo excluídas, por isso você pode levá-las para que se possam divertir neste passeio de “eléctrico” do centro de Sintra até a Praia das Maçãs, na costa.
Os bondes percorrem esta rota de 11,7 quilômetros desde 1904. Se você estiver de férias sem carro, é uma maneira romântica de ver as paisagens montanhosas arborizadas de Sintra e a costa acidentada.
Os ingressos custam apenas 3 euros e leva cerca de 40 minutos para chegar à costa. Como sempre em Sintra, embarque cedo se quiser evitar as multidões.
15. Iguarias de Sintra
Existem algumas iguarias que são quase exclusivas de Sintra. Uma delas é a queijada, um pequeno bolo circular feito com ovos, leite, açúcar e queijo, que é um queijo suave e macio, semelhante à ricota, usado no lugar da manteiga.
Isso confere ao doce uma textura suave e um sabor doce e salgado que não pode ser facilmente descrito, mas é definitivamente muito saboroso.
Outro doce a experimentar com um café é o Travesseiro, uma massa folhada com recheio de amêndoa e creme de ovos. Peça um na Casa Piriquita no centro histórico.
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