Castelo de Ourém

O Castelo de Ourém é considerado um dos mais belos castelos portugueses e se localiza na cidade de mesmo nome, no distrito de Santarém. Se você estiver de carro, uma dica bacana é fazer uma dobradinha de visita com o Santuário de Fátima, que fica bem perto pertinho, com pouco mais de 10 km de percurso entre um monumento e outro.

Em posição dominante sobre a antiga vila medieval e a Ribeira de Seiça, o castelo é classificado como monumento nacional desde 1910, no mesmo ano da proclamação de república portuguesa.

De formato triangular irregular, com torres nas pontas, a fortificação dos séculos 12 e 14 possui características ímpares de arquitetura militar românica/residencial e também em estilo mudéjar, de influência islâmica.

Conquistado aos mouros em 1136, o castelo está indubitavelmente ligado a D. Afonso de Portugal (1402-1460), o 4º conde de Ourém e primogênito da Casa de Bragança.

Visível desde a estrada e de toda a cidade, o castelo de Ourém se localiza no topo de uma colina, a 330 metros acima do nível do mar, à qual é difícil de subir, de tão íngreme.

No centro da praça de armas do castelo, há uma cisterna de planta ogival, ainda hoje alimentada por uma fonte. Na parte norte da fortificação, fica o Terreiro de Santiago, com uma estátua do Condestável D. Nuno Álvares Pereira ao centro. Na parte noroeste, fica a Torre de D. Mécia, que ganhou esse nome por ali ter sido confinada a infortunada esposa de D. Sancho II.

No conjunto do castelo, também conhecido como Paço dos Conde de Ourém, se destacam:

  • a Igreja da Colegiada, com destaque para a cripta e o túmulo de D. Afonso
  • o pelourinho em estilo barroco
  • a fonte em estilo gótico
  • o Paço dos Conde, que era a residência oficial de D. Afonso
  • os torreões na entrada, edificados por volta de 1450. Na época, uma passagem coberta unia o paço a uma torre em formato cilíndrico, da qual só resta a base, e daí era feita a ligação ao castelo. O paço e os dois torreões possuem traços de inspiração veneziana, com destaque para as cimalhas de tijolos salientes.

História do Castelo de Ourém

Embora sejam escassas as informações acerca da primitiva ocupação humana na região, a localização do castelo e suas características particulares, ao redor de uma fonte de água, levam os historiadores a acreditar que tenha sido ocupada desde a pré-história, sendo sucessivamente ocupada por romanos, visigodos e muçulmanos, sendo estes últimos os que ergueram a primeira fortificação.

O castelo se encontra estrategicamente situado no centro de Portugal, numa região que corresponde atualmente ao município de Ourém, na confluência de antigas vias.

A exemplo de testemunhos arqueológicos anteriores, o castelo foi edificado numa zona dotada de assinalável diversidade de recursos naturais essenciais à sobrevivência e fixação de comunidades humanas.

Na se sabe ao certo como começou a história do castelo, mas foi D. Afonso Henriques (1112-1185) , primeiro rei de Portugal, quem conquistou a fortificação aos mouros.

A antiga fortificação mourisca provavelmente foi reconstruída nos primeiros tempos da monarquia portuguesa, uma vez que remonta a 1178 a primeira referência a um castelo de planta triangular no alto do monte.

D. Afonso Henriques doou a povoação de Ourém e o castelo à sua filha, D. Teresa, que foi quem outorgou a Carta de Foram à povoação. O termo da vila foi elevado a condado sob o reinado de D. Pedro I (1357-1367), sendo 1.° conde de Ourém o nobre D. João Afonso Telo de Menezes (?-1381).

A fase de grande esplendor da vila data do século 15, sob o comando do 4º conde de Ourém, que promoveu grandes reformas no conjunto do castelo medieval, tendo mandado erguer a Igreja da Colegiada e o edifício do Paço.

O Castelo de Ourém foi vítima do terremoto de 1755, que lhe causou danos. Posteriormente, sofreu extensos danos durante a ocupação da vila pelas tropas napoleônicas no século 19.

Em decreto em junho de 1910, o castelo foi classificado como Monumento Nacional. A vila de Ourém foi elevada a cidade em agosto de 1991.

A lenda de Oureana e o nome da cidade de Ourém

Diz a lenda que o nome de Ourém surge da história de amor entre um cavaleiro templário e uma princesa moura. D. Gonçalo Hermingues, um cavaleiro poeta e cristão, conhecido por Traga Mouros, se apaixonou pela bela muçulmana Fátima.

A bela moura era filha única de um emir e havia sido prometida em casamento por seu pai a um primo rico e poderoso. Para proteger sua filha, o emir trancou-a em uma torre do castelo, acompanhada pelas aias, até o dia do casamento com o primo, que se chamava Abu.

O cavaleiro templário gostava de percorrer os campos a galope, montado no seu belo e ágil cavalo. Um dia, vislumbrou a princesa, que estava à janela da torre. D. Gonçalo se apaixonou pela beleza da moura e começou a pensar em uma maneira de se encontrar com ela.

Todos os dias, o cavaleiro cavalgava até a torre para ver a princesa, que logo saía à janela ao escutar o relinchar do cavalo se acercando da torre. Foi assim que o cavaleiro cristão e a princesa muçulmana se apaixonaram.

O rapto da princesa

Sabendo que a princesa iria participar do cortejo das Festas das Luzes, o cavaleiro preparou uma emboscada para raptar a sua amada. Ao saber do sucedido, o primo Abu parte em perseguição ao casal de apaixonados, se envolvendo em uma luta de vida ou morte com o cavaleiro cristão.

O Traga Mouros sai vitorioso da refrega e ainda faz vários mouros como prisioneiros. Como recompensa por ter entregue os mouros ao rei D. Afonso Henriques, o cavaleiro pediu ao monarca permissão para casar com a princesa moura.

O rei deu o seu consentimento na condição de que a princesa se convertesse ao cristianismo, o que assim aconteceu, com a moura sendo batizada como Oureana.

Os dois recém-casados se instalaram definitivamente numa povoação da região, onde viveram felizes para sempre, com a localidade passando a se chamar Ourém.

Como chegar a Ourém

Se você não está de carro, a melhor maneira de chegar até Ourém é de ônibus, que parte da estação de Sete Rios, que fica perto de estação de Metrô Jardim Zoológico (linha azul), em Lisboa. O percurso dura aproximadamente 1h45m de viagem, com uma parada em Fátima.

Veja também: Santarém, a Capital do Gótico em Portugal

 

 

 

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