Convento dos Capuchos, em Sintra, um dos mais antigos e modestos de Portugal

Localizado em plena Serra de Sintra, o Convento dos Capuchos é um dos conventos mais antigos e modestos da história de Portugal. Fazendo parte dos Parques de Sintra, ele se destaca por sua simplicidade e falta de luxos.

Visitar o Convento dos Capuchos é uma experiência que vale a pena, proporcionando aos visitantes a oportunidade de explorar um lugar histórico e apreciar sua atmosfera única.

Convento dos Capuchos, em Sintra, um dos mais antigos e modestos de Portugal

Fotos por ©PSML/José Marques Silva

O Convento dos Capuchos, situado em Sintra, pode ser considerado um dos locais com menor presença de luxos em Portugal e possivelmente no mundo.

Uma visita a este incrível local na Serra de Sintra é suficiente para constatar essa característica e descobrir como os frades viviam naquela época. O convento era exclusivamente destinado à contemplação e introspeção, desprovido de luxo e conforto.

Ao explorar esse lugar notável, é possível ter uma visão da vida dos frades e compreender como o convento servia como um refúgio para meditação e renúncia material.

A simplicidade é evidente em cada canto do convento, desde as celas modestas até os espaços comuns rústicos.

Portanto, ao visitar o Convento dos Capuchos em Sintra, você terá a oportunidade de conhecer de perto o estilo de vida humilde e austero dos frades daquela época, apreciando um ambiente que ressaltava a importância da contemplação espiritual em contraposição ao luxo e conforto material.

Convento dos Capuchos, da Cortiça ou de Santa Cruz da Serra de Sintra?

O Convento dos Capuchos, também conhecido como Convento da Cortiça ou Convento de Santa Cruz da Serra de Sintra, destaca-se como um local singular. Embora seja mais conhecido pelo nome “Convento dos Capuchos”, existem razões por trás das outras denominações.

Este convento apresenta um contraste marcante em relação à exuberância dos palácios de Sintra. Pertencente à Ordem dos Franciscanos, o Convento dos Capuchos se destaca pela sua notável simplicidade.

Seus pequenos edifícios exibem uma arquitetura modesta, que é pouco comum em instituições religiosas desse tipo.

No entanto, é justamente essa simplicidade que torna o Convento dos Capuchos tão original e especial. As pequenas habitações se fundem de maneira singular com a natureza circundante.

A vegetação exuberante e as imponentes formações rochosas de granito contribuem de forma deslumbrante para a beleza deste local.

Além disso, nos arredores do convento, encontra-se um bosque que permanece intacto até os dias de hoje. Esse bosque revela-se como um dos exemplos mais incríveis de floresta primitiva em toda a Serra de Sintra.

É um espetáculo natural que só pode ser verdadeiramente apreciado quando visto pessoalmente, pois somente assim é possível compreender sua grandiosidade e encanto.

©PSML/José Marques Silva

A origem dos diferentes nomes

Mas afinal, de onde surgem essas três denominações? Foi D. Álvaro de Castro quem transformou este lugar em um convento em 1560, atribuindo-lhe o nome de Convento de Santa Cruz da Serra de Sintra.

No entanto, devido à simplicidade e à falta de conforto ou luxo em sua construção e decoração, grande parte do material utilizado foi cortiça, o que levou ao surgimento do nome Convento da Cortiça.

De acordo com os ideais e a filosofia da Ordem de São Francisco de Assis, esta casa religiosa buscava aperfeiçoamento espiritual e, portanto, renunciava a objetos de maior conforto do mundo exterior.

Em 1581, durante uma visita a este convento, Filipe I de Portugal pronunciou uma frase que se tornaria célebre para sempre:

“No meu reino, há duas coisas que me agradam muito: o Escorial, por sua riqueza, e o Convento de Santa Cruz, por sua pobreza”.

Essa declaração ressalta o valor e a importância atribuídos à simplicidade e à renúncia material que caracterizavam o Convento dos Capuchos.

Algumas datas importantes

O Convento dos Capuchos desempenhou um papel significativo como local de culto e peregrinação ao longo de 250 anos, sendo habitado pelos frades franciscanos.

Entre eles, destaca-se Frei Honório, que ficou conhecido na lenda por passar os últimos dias de sua vida isolado em uma pequena gruta nas proximidades do convento, vivendo apenas com pão e água devido à tentação que enfrentou.

Em 1834, com o fim das Ordens Religiosas em Portugal, o Convento dos Capuchos foi abandonado. Posteriormente, foi adquirido pelo 2º conde de Penamacor, que, em 1873, o vendeu ao 1º Visconde de Monserrate, Francis Cook.

Somente em 1949, o Estado português adquiriu o convento, que na época já estava bastante deteriorado e em mau estado de conservação. A partir desse momento, foram iniciados os trabalhos de restauração e conservação do espaço.

A partir do ano 2000, a gestão do Convento dos Capuchos foi assumida pela Parques de Sintra, após a Paisagem Cultural de Sintra ter sido classificada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1995.

O Convento dos Capuchos faz parte integrante dessa paisagem cultural.

Em 2013, deram-se início às obras de conservação, restauro e requalificação desse monumento. Uma equipe multidisciplinar foi envolvida nesse processo, visando tornar o espaço acessível a todos.

Atualmente, é possível visitar e desfrutar do Convento dos Capuchos graças a esses esforços de preservação e revitalização.

O que você deve conhecer no Convento dos Capuchos

Assim que você adquirir seu ingresso para visitar o Convento dos Capuchos, há lugares que você não pode deixar de visitar, locais cheios de simbolismo e carregados de histórias.

Portanto, quando estiver lá, não se esqueça de procurar por esses locais:

Portaria

Ao explorar o Convento dos Capuchos, você encontrará diversos simbolismos religiosos. Um desses simbolismos pode ser encontrado na Portaria do convento.

Ao entrar neste espaço, você vai se deparar com uma representação marcante da morte simbólica: uma caveira posicionada sobre dois ossos cruzados.

Essa imagem carrega consigo um significado profundo, simbolizando a passagem para um estado de espírito que transcende a vida “normal”.

Ao atravessar a Portaria, os visitantes são convidados a deixar para trás as preocupações mundanas e adentrar em uma experiência de introspeção espiritual. É um lembrete poderoso da transitoriedade da vida e da busca por uma conexão mais profunda com o divino.

Terreiro das Cruzes

@Andreia Almeida

No Terreiro das Cruzes, todos os peregrinos que buscavam conforto espiritual ou curas milagrosas para as enfermidades daquela época eram direcionados a passar por esse ponto.Nesse local, três cruzes estão dispostas, simbolizando o Gólgota, o lugar onde Cristo foi sepultado. A cruz central representa Cristo, enquanto as outras duas representam os dois homens que foram crucificados ao Seu lado.

Ao chegar nesse lugar, você terá que fazer uma escolha entre dois caminhos, cada um deles com sua própria história e significado. Essa decisão pode ser considerada como uma metáfora para a jornada espiritual e a busca pela redenção.

Portanto, ao estar diante do Terreiro das Cruzes, é importante refletir sobre os caminhos que se apresentam e escolher aquele que mais ressoa com sua própria jornada interior.

Terreiro da fonte

©PSML/José Marques Silva

O Terreiro da Fonte era o local onde os peregrinos que visitavam o Convento dos Capuchos eram acolhidos. Nessa área, eles encontravam mesas de pedra, onde podiam descansar, desfrutar de uma refeição e beber água fresca.

Além disso, a partir desse ponto, era possível contemplar a vista panorâmica de praticamente todos os edifícios que compõem esse convento.

Esse espaço desempenhava um papel importante na recepção e acolhimento dos visitantes, proporcionando-lhes um momento de descanso e refresco após a peregrinação até o convento.

Sentar-se às mesas de pedra, compartilhar uma refeição e desfrutar da água fresca permitia aos peregrinos recuperarem as energias e se prepararem para vivenciar plenamente a experiência espiritual que o Convento dos Capuchos oferecia.

Além disso, a localização privilegiada do Terreiro da Fonte permitia aos visitantes admirar a paisagem circundante e apreciar a arquitetura e a peculiaridade dos edifícios do convento.

Era um ponto de observação estratégico que proporcionava uma visão abrangente e única desse lugar especial, permitindo que os peregrinos se conectassem com a atmosfera única do Convento dos Capuchos.

Alpendre

No Alpendre, localizado na entrada do Convento dos Capuchos, podemos encontrar um simbolismo modesto que remete à orientação dos frades que habitavam o espaço.

Na parede ao fundo, há uma cruz de madeira desgastada pelo tempo, que aparenta representar a figura de um franciscano crucificado.

Além disso, podemos observar três nós no cordão, os quais simbolizam os três votos essenciais feitos por esses devotos religiosos: pobreza, obediência e castidade.

Esse Alpendre representa um local de passagem e recepção, onde os frades e visitantes adentravam o convento. A presença da cruz de madeira com a figura crucificada remete à profunda devoção religiosa e à contemplação do sofrimento de Cristo.

Os três nós no cordão são um símbolo dos princípios fundamentais seguidos pelos frades franciscanos, que renunciavam aos bens materiais (pobreza), obedeciam às regras da Ordem (obediência) e mantinham-se celibatários (castidade).

Esses elementos simbólicos no Alpendre proporcionam aos visitantes uma imersão nos valores e na espiritualidade que permeavam a vida dos frades franciscanos que habitavam o Convento dos Capuchos.

Ao adentrar esse espaço e observar esses símbolos, é possível compreender um pouco mais sobre a vida austera e devota que os frades levavam, bem como refletir sobre a importância dos votos assumidos por eles.

O Alpendre serve como um portal de entrada para uma experiência espiritual mais profunda ao explorar o Convento dos Capuchos.

Casa das Hortas

©PSML/José Marques Silva

Na Casa das Hortas, situada no Convento dos Capuchos, os frades encontravam sua subsistência quase que exclusivamente nas hortas ali cultivadas.

Essas hortas forneciam-lhes alimentos frescos e essenciais para sua alimentação diária. Além de serem fonte de sustento, as hortas desempenhavam outros papéis significativos nessa comunidade religiosa.

Além de servirem como fonte de alimentos, as hortas também eram um espaço de conexão com a natureza. Os frades buscavam uma vida em harmonia com o ambiente ao seu redor, cultivando e cuidando das plantas com dedicação e apreço.

Esse contato direto com a terra e as plantas permitia-lhes uma conexão profunda com a criação divina.

Além disso, a Casa das Hortas era um local multifuncional. Além de servirem como fonte de alimentos, as hortas também desempenhavam outras funções práticas.

Por exemplo, eram utilizadas como instalações sanitárias, oferecendo um ambiente natural e higiênico para necessidades pessoais.

Além disso, as hortas também podiam ser utilizadas como espaço para a realização de eventos ou atividades da comunidade religiosa, como encontros, celebrações ou práticas espirituais ao ar livre.

Assim, a Casa das Hortas representa não apenas uma fonte de subsistência para os frades, mas também um ambiente de conexão com a natureza e um local de múltiplos propósitos dentro do Convento dos Capuchos.

Essas hortas eram um elemento vital na vida cotidiana da comunidade, proporcionando alimento, conforto e um vínculo especial com a natureza, que sustentava tanto o corpo como a alma dos frades.

Capela da Paixão de Cristo

©PSML/José Marques Silva

A Capela da Paixão de Cristo, localizada à direita do Alpendre, é uma estrutura de grande significado histórico e espiritual dentro do Convento dos Capuchos.

Construída no século 18, essa capela apresenta uma decoração singular, caracterizada pela tradicional azulejaria azul e branca, que retrata diversos momentos e símbolos relacionados à Paixão de Cristo.

Os azulejos são uma forma de expressão artística que tem uma longa tradição em Portugal, e na Capela da Paixão de Cristo eles desempenham um papel fundamental na representação visual da história religiosa.

Os painéis de azulejos presentes na capela contam a história da paixão e morte de Jesus Cristo, desde a sua condenação até a crucificação e ressurreição.

Além dos elementos decorativos, a Capela da Paixão de Cristo é um espaço de devoção e contemplação para os visitantes. É um local onde os fiéis podem refletir sobre os ensinamentos e o sacrifício de Cristo, renovando sua fé e buscando a conexão espiritual.

A atmosfera serena e reverente da capela, aliada à beleza dos azulejos e à representação vívida da Paixão de Cristo, proporciona uma experiência religiosa profunda para aqueles que a visitam.

É um espaço que convida à introspecção, à oração e à meditação, permitindo que os visitantes se aproximem dos eventos cruciais da história cristã e se conectem com a mensagem de amor, redenção e esperança que eles representam.

A Capela da Paixão de Cristo é, portanto, um tesouro artístico e espiritual no Convento dos Capuchos, enriquecendo a experiência dos visitantes e transmitindo a importância da história da Paixão de Cristo na fé e na devoção cristã.

Igreja

A igreja é um local de extrema importância em qualquer convento, e no Convento dos Capuchos não é diferente.

A igreja deste convento, aparentemente inserida em uma pequena e estreita gruta, desempenha um papel central na vida espiritual e religiosa dos frades que ali habitavam.

A igreja do Convento dos Capuchos possui uma história intrigante e uma lenda associada a ela, que certamente despertará seu interesse quando a visitar.

A simplicidade que é perceptível na foto da igreja reflete mais uma vez o estilo de vida que prevalecia neste local de culto em Sintra.

Ao adentrar na igreja, você será imerso em um ambiente de serenidade e devoção. As paredes rústicas, o teto baixo e as dimensões reduzidas criam uma atmosfera íntima e acolhedora, convidando à oração e à contemplação.

A falta de adornos extravagantes ou elementos ostensivos destaca-se como um testemunho da humildade e simplicidade que permeavam a vida dos frades franciscanos.

A lenda associada à igreja do Convento dos Capuchos certamente despertará sua curiosidade. Ela conta a história de um acontecimento extraordinário ou de um milagre que teria ocorrido neste local sagrado.

Ao ouvir a lenda com mais detalhes durante sua visita, você poderá mergulhar ainda mais na rica história e na espiritualidade desse convento singular.

A igreja, como centro espiritual do Convento dos Capuchos, desempenha um papel fundamental na vivência religiosa e na experiência dos visitantes. Ela representa a devoção e a fé dos frades que ali rezavam e refletiam sobre sua vocação e compromisso com a vida religiosa.

Ao explorar a igreja do Convento dos Capuchos, você terá a oportunidade de testemunhar e vivenciar a simplicidade e a espiritualidade que permeavam esse lugar sagrado.

É um convite para uma conexão mais profunda com o divino, um momento de tranquilidade e introspecção em meio à beleza natural e à história fascinante deste convento em Sintra.

Coro Alto

O Coro Alto é um espaço de grande significado no Convento dos Capuchos, onde eram entoados os cânticos litúrgicos durante as celebrações religiosas.

Neste ambiente, é possível testemunhar as condições simples e modestas em que esses rituais eram realizados, com as paredes revestidas de cortiça e pedra, refletindo a humildade que permeava a vida religiosa dos frades franciscanos.

Além de sua função litúrgica, o Coro Alto também desempenhava um papel importante como sacristia, um espaço dedicado ao recebimento de monarcas e membros de famílias ilustres que visitavam o convento.

Essa área servia como um local de preparação e acolhimento para importantes figuras da época, demonstrando a relevância e o prestígio que o Convento dos Capuchos alcançou ao longo de sua história.

Ao adentrar o Coro Alto, você será envolvido pela atmosfera sagrada e pela simplicidade dos elementos arquitetônicos.

A cortiça e a pedra, presentes no revestimento das paredes, criam uma sensação de austeridade e recolhimento, convidando à contemplação e à conexão com o divino. É um espaço que evoca a devoção e a espiritualidade dos frades que ali entoavam seus cânticos em louvor a Deus.

Explorar o Coro Alto é ter a oportunidade de vivenciar de perto a experiência religiosa vivida pelos frades franciscanos no Convento dos Capuchos.

É um momento de imersão na história e na simplicidade dessa vida monástica, onde a fé e a devoção eram expressas através da música e da liturgia.

Visitar o Coro Alto do Convento dos Capuchos é mergulhar em um espaço que carrega consigo a simplicidade, a espiritualidade e a humildade características desse local de culto em Sintra.

É uma oportunidade de se conectar com a história, a arquitetura e a devoção religiosa que permeiam esse tesouro cultural e espiritual.

Corredor das Celas

©PSML/José Marques Silva

O Corredor das Celas é um local de profunda introspeção e meditação no Convento dos Capuchos. Era reservado exclusivamente aos frades que habitavam o convento, proporcionando-lhes um ambiente solitário e silencioso para se dedicarem à contemplação espiritual.

Este corredor é conhecido como uma espécie de “solitária”, onde os frades buscavam a conexão com Deus em total recolhimento. Sua estrutura compacta e reduzida exigia que cada frade se curvasse em humildade ao entrar, demonstrando reverência diante da divindade.

As celas do corredor eram austeras e simples, refletindo a vida de renúncia e pobreza adotada pelos frades franciscanos.

Muitas vezes, esses espaços serviam não apenas para meditação, mas também como local de descanso, onde os frades dormiam diretamente no chão, contando apenas com uma esteira de palha ou uma placa de cortiça como apoio.

Ao percorrer o Corredor das Celas, é possível imaginar a intensidade espiritual e a devoção dos frades que ali se dedicavam à busca interior. A simplicidade e a falta de conforto desses espaços remetem à renúncia material e à entrega total à vida religiosa.

Cada cela representa um espaço íntimo e sagrado, onde os frades encontravam a paz e a conexão com o divino por meio da oração e da meditação.

Explorar o Corredor das Celas é adentrar em um ambiente de recolhimento e entrega espiritual, onde a simplicidade e a renúncia são vivenciadas de forma palpável.

É uma oportunidade de refletir sobre a importância da contemplação e da busca interior em nossas próprias vidas, inspirando-nos na dedicação e no exemplo dos frades franciscanos que ali habitaram.

O Corredor das Celas representa um testemunho histórico e espiritual do Convento dos Capuchos, proporcionando uma experiência profunda e reflexiva aos visitantes que desejam compreender a vida monástica e o caminho da espiritualidade.

É um espaço que nos convida a olhar para dentro de nós mesmos, encontrar a serenidade e conectar-nos com algo maior que transcende o mundo material.

Sala do Capítulo

Na Sala do Capítulo, localizada no Convento dos Capuchos, ocorriam as reuniões da comunidade de frades franciscanos que ali habitavam. Nesse espaço, todas as decisões importantes eram tomadas por meio de um processo de votação por sufrágio secreto.

Durante as reuniões, os frades expressavam suas opiniões e votavam de forma anônima. Os votos favoráveis eram representados por feijões brancos, enquanto os votos contrários eram representados por feijões pretos.

Dessa forma, a contagem dos feijões permitia determinar o resultado da votação, mantendo o sigilo das escolhas individuais.

A Sala do Capítulo era um local de grande importância para a comunidade religiosa, pois ali eram discutidos assuntos cruciais relacionados à vida no convento e à organização da ordem franciscana.

Essas reuniões eram marcadas pela igualdade de participação, uma vez que cada voto tinha o mesmo peso, independentemente da posição hierárquica dos frades.

Ao visitar a Sala do Capítulo, é possível contemplar o ambiente onde eram tomadas decisões significativas para a comunidade religiosa. A simplicidade do espaço, com seus elementos essenciais, remete à humildade e ao espírito de fraternidade dos frades franciscanos.

A Sala do Capítulo é um testemunho histórico e cultural do Convento dos Capuchos, revelando não apenas o processo de tomada de decisões, mas também a importância do diálogo, da igualdade e da participação na vida comunitária dos frades.

Capela do Senhor do Horto

No claustro do Convento dos Capuchos, encontra-se a encantadora Capela do Senhor no Horto.

Essa pequena ermida apresenta em sua fachada dois belos frescos, criados pelo artista André Reinos, que retratam figuras emblemáticas do universo franciscano: à esquerda, temos a representação de São Francisco de Assis, e à direita, Santo Antônio de Lisboa.

Os frescos são verdadeiras obras de arte, capturando a essência e a devoção desses notáveis santos franciscanos.

São Francisco de Assis, fundador da Ordem Franciscana, é conhecido por seu amor e respeito pela natureza, sendo um símbolo da simplicidade e da devoção aos ideais franciscanos.

Já Santo Antônio de Lisboa, reconhecido como um dos santos mais populares da devoção católica, é venerado como padroeiro dos pobres e dos perdidos.

Essas representações artísticas na fachada da Capela do Senhor no Horto proporcionam aos visitantes uma oportunidade de mergulhar na espiritualidade franciscana e apreciar a expressão artística que as acompanha.

Os frescos de André Reinos trazem vida e expressão aos santos venerados, transmitindo uma mensagem de fé e devoção aos valores franciscanos.

Ao visitar a Capela do Senhor no Horto, é possível contemplar essas obras de arte enquanto se admira a arquitetura singela e acolhedora do convento.

Essa capela é um lugar especial onde os fiéis e os visitantes podem vivenciar momentos de tranquilidade e contemplação, conectando-se com a espiritualidade franciscana e encontrando inspiração nas figuras sagradas ali representadas.

A presença dos frescos de São Francisco de Assis e Santo Antônio de Lisboa na fachada da Capela do Senhor no Horto enriquece a experiência da visita ao Convento dos Capuchos, proporcionando um mergulho na história, na arte e na devoção religiosa que permeiam esse lugar tão especial.

Ermida do Ecce Homo e Ermida do Senhor Crucificado

©PSML/José Marques Silva

Ao explorar a mata que circunda o Convento dos Capuchos, os visitantes têm a oportunidade de descobrir outros lugares de grande significado religioso, como a Ermida do Ecce Homo e a Ermida do Senhor Crucificado.

Esses locais de devoção são verdadeiros tesouros escondidos, repletos de beleza e serenidade, oferecendo vistas deslumbrantes do mar que se estendem ao horizonte.

A Ermida do Ecce Homo é um lugar de profunda reflexão, onde os visitantes encontram uma imagem de Cristo manietado, acompanhada pela inscrição em latim: “Ecce Homo” – que significa “Eis o homem”.

Essa representação simbólica de Cristo no momento de sua condenação nos remete à compaixão, humildade e sacrifício, convidando-nos a refletir sobre o sofrimento e a redenção da humanidade.

Já a Ermida do Senhor Crucificado é um local de grande emoção e devoção. No local, os visitantes encontram uma imagem impressionante de Cristo crucificado, representando o momento mais sagrado e central da fé cristã.

A figura do Senhor Crucificado, com sua expressão de amor e sacrifício, lembra-nos do imenso amor de Cristo pela humanidade e do seu sofrimento para nos redimir.

Além da carga espiritual e religiosa, essas ermida oferecem uma atmosfera tranquila e uma vista deslumbrante para o mar. A conexão entre a natureza e a espiritualidade é palpável nesses locais, proporcionando aos visitantes uma experiência única de contemplação e introspeção.

A brisa suave e o som das ondas do mar complementam a atmosfera sagrada, convidando a uma pausa para a reflexão e a uma conexão mais profunda com o divino.

Visitar a Ermida do Ecce Homo e a Ermida do Senhor Crucificado é uma oportunidade de vivenciar momentos de recolhimento e espiritualidade em um ambiente de rara beleza natural.

Esses locais convidam-nos a mergulhar na jornada de fé, aprofundar nossa compreensão do sacrifício de Cristo e encontrar inspiração para uma vida guiada por valores de amor, compaixão e redenção.

Não deixe de explorar esses espaços sagrados durante sua visita ao Convento dos Capuchos, pois eles oferecem uma experiência única e tocante, envolvendo a mente, o coração e a alma em uma jornada espiritual inesquecível.

Endereço: Estrada dos Capuchos/EN 247-3 (Colares)
Horário: todos os dias das 09h às 18h (última entrada às 17h)
Bilhetes: a partir de 5,5 euros à venda no site

Como chegar lá

Para chegar ao Convento dos Capuchos em Sintra a partir de Lisboa, existem algumas opções de transporte disponíveis. Aqui estão algumas das maneiras mais comuns de se deslocar:

  1. Trem: a forma mais conveniente e rápida de chegar a Sintra a partir de Lisboa é pegar um trem na estação de trens de Lisboa. Existem trens regulares que partem da estação do Rossio* (na baixa lisboeta) ou da estação de comboios de Entrecampos em Lisboa em direção a Sintra. O trajeto dura aproximadamente 40 minutos. Ao chegar à estação de Sintra, você pode pegar um táxi ou usar o transporte público local para chegar ao Convento dos Capuchos.
  2. Ônibus: você também pode optar por pegar um ônibus de Lisboa para Sintra. Várias empresas de ônibus operam rotas entre as duas cidades, como a Scotturb e a Vimeca. Os ônibus geralmente partem da estação de ônibus de Sete Rios, em Lisboa, e o tempo de viagem pode variar dependendo do trânsito. Ao chegar à estação de ônibus de Sintra, você pode usar um táxi ou o transporte público para chegar ao Convento dos Capuchos.
  3. Carro: se preferir dirigir, você pode alugar um carro em Lisboa e seguir pela estrada em direção a Sintra. O Convento dos Capuchos está localizado na Estrada da Pena, na Serra de Sintra. É importante observar que o estacionamento pode ser limitado nas proximidades do convento, especialmente em períodos de grande movimento turístico.

Ao planejar sua viagem, é sempre aconselhável verificar os horários atualizados dos trens e ônibus, bem como considerar o trânsito e as condições das estradas. Além disso, você pode usar aplicativos de navegação ou consultar mapas para obter orientações precisas durante o percurso.

Se você optar pela estação do Rossio para visitar o Convento dos Capuchos, não deixe de notar a semelhança do edifício da estação com o do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro

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