Castelo dos Mouros oferece uma vista deslumbrante da vila de Sintra

O Castelo dos Mouros é uma importante fortificação militar situada no alto da serra de Sintra, Portugal. Sua construção remonta ao século 10, após a conquista mulçumana da Península Ibérica.

Acredita-se que a fortificação tenha sido utilizada como ponto de controle da costa atlântica e dos territórios a Norte, funcionando como um posto avançado de Lisboa. No entanto, ao longo dos séculos, o castelo perdeu sua importância e chegou a ficar completamente abandonado no século 15.

A fortificação passou por diversas intervenções desde a primeira dinastia, iniciadas por D. Afonso Henriques após a tomada de Lisboa e Santarém em 1147.

No entanto, em certo momento, o castelo quase foi completamente destruído depois de um relâmpago que incendiou a torre central e um terremoto que desmoronou muralhas e torres.

O Castelo dos Mouros no alto da serra de Sintra, cidade nos arredores de Lisboa. Fotos: Tereza Cidade/Marcos Santos.

O castelo permaneceu em ruínas até que o Rei Fernando II decidiu transformar a região de Sintra e ordenou sua reconstrução.

Atualmente, o castelo dos Mouros foi restaurado e recebeu uma nova infraestrutura de serviços de apoio ao visitante, adaptada aos tempos e necessidades atuais.

O projeto de requalificação global “À Conquista do Castelo” implicou um investimento de 3,2 milhões de euros e incluiu a instalação de cafeterias com esplanada, loja, bilheteiras interiores, instalações sanitárias, um centro de interpretação e melhorias nos caminhos e mobilidade.

Caminho subindo a serra que leva à entrada do castelo

Além de sua importância histórica e cultural, o castelo dos Mouros oferece uma vista deslumbrante da vila de Sintra, do Palácio da Pena e da serra. A fortificação é um dos pontos turísticos mais visitados da região e um símbolo da preservação do patrimônio cultural português.

O castelo dos Mouros é um monumento histórico situado na serra de Sintra, construído no século 10 após a conquista mulçumana da Península Ibérica.

Sua função inicial era controlar a costa atlântica e os territórios a norte, atuando como um posto avançado de Lisboa. Ao longo dos séculos, a fortificação perdeu importância e foi abandonada no século 15, mas passou por diversas intervenções desde a primeira dinastia.

Entrada do castelo

Durante muito tempo, o castelo ficou quase completamente destruído devido a desastres naturais, como o relâmpago que incendiou a torre central e o terremoto que desmoronou muralhas e torres.

Graças ao Rei Fernando II, que decidiu transformar a região de Sintra, o castelo foi restaurado e ganhou uma nova infraestrutura de serviços de apoio ao visitante.

Além disso, foram realizados trabalhos arqueológicos que permitiram compreender a ocupação do local ao longo dos séculos e identificar um cemitério medieval cristão, silos e alicerces de habitações muçulmanas.

Durante as escavações, foram encontrados artefatos da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e do Neolítico, destacando-se um vaso cerâmico completo do 5º milênio a.C.

Acesso às muralhas da fortificação.

Hoje, o castelo dos Mouros é uma das belas atrações de Sintra, cidade que reúne vários monumentos históricos e que fica nos arredores de Lisboa.

Os visitantes podem apreciar a vista panorâmica da vila de Sintra, do Palácio da Pena e da serra, além de explorar a história e a arquitetura do castelo e sua importância para a região.

Acesso às muralhas da fortificação.
Os silos, estruturas cavadas nas rochas pelos mouros para guardar cereais.

Patrimônio da Unesco e parques de Sintra

O castelo dos Mouros foi classificado como Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco em 1995, juntamente com outras atrações da Paisagem Cultural de Sintra.

Em 2000, a Parques de Sintra assumiu a gestão do monumento e, em 2009, foi criado um Campo de Investigação Arqueológico para aprofundar o conhecimento sobre a história de ocupação do castelo.

Este campo foi responsável por realizar escavações arqueológicas até 2013. Em 2015, um Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros foi inaugurado para ajudar os visitantes a compreender melhor a história e a importância do castelo.

Mapa do Castelo dos Mouros

Vistas Panorâmicas a partir do Castelo dos Mouros

Vista do Palácio da Pena
Vista do Palácio da Pena
Villa Sasseti vista do Castelo dos Mouros
Vista do Palácio de Sintra
Vista da Quinta da Regaleira a partir do Castelo dos Mouros

Um pouco de história

Castelo dos Mouros visto do Palácio Nacional da Pena

De acordo com estudos arqueológicos, a região onde está localizado o Castelo dos Mouros em Sintra, Portugal, teve ocupação primitiva desde o século 10 a.C.

Durante a invasão muçulmana na Península Ibérica, no século 8, a região foi ocupada e o castelo foi construído com o intuito de controlar as estradas que ligavam Sintra a Lisboa, Cascais e Mafra.

Durante a Reconquista da Península Ibérica, o Castelo dos Mouros foi um importante ponto estratégico e foi tomado pelas forças cristãs após a queda de Lisboa em 1147.

O primeiro Rei de Portugal, Afonso Henriques, confiou a segurança do castelo a 30 habitantes, concedendo-lhes privilégios no foral assinado em 1154.

A carta sugeria que os colonos ocupassem e habitassem o castelo, como forma de garantir a segurança e o desenvolvimento da região. Em 1375, o Rei Fernando I de Portugal ordenou a reconstrução do castelo.

Apesar da estrutura estar bem fortificada em 1383, a sua importância militar diminuiu progressivamente à medida que os habitantes abandonavam o castelo e se deslocavam para o centro da vila de Sintra.

O terremoto de 1755 causou danos consideráveis ​​à capela e afetou a estabilidade do castelo, e em 1838, as torres já estavam em ruínas. A partir de 1840, D. Fernando II se comprometeu em fazer algumas reformas e melhorias no castelo.

Em 1939, iniciou-se um projeto para reformar as muralhas do castelo. Em 1979, foram iniciadas escavações arqueológicas na Capela de São Pedro, descobrindo a existência de túmulos funerários medievais, datados da virada do século 13.

Visita ao Castelo dos Mouros

Para evitar perder tempo na fila da bilheteria do castelo dos Mouros, é recomendado comprar os ingressos online com antecedência. Além de economizar tempo, você também pode obter descontos na compra antecipada.

Caso prefira comprar os ingressos no local, há duas opções: a primeira bilheteria está localizada perto da estrada, antes do início do percurso até o castelo, e a segunda fica no complexo do castelo, pouco antes do início da visita.

Se houver muita fila na primeira bilheteria, é possível seguir em frente e comprar na segunda. Lembrando que a compra antecipada online é sempre a opção mais prática e econômica.

As muralhas

Caminhando pelas muralhas do castelo

O castelo dos Mouros possui duas camadas de muralhas para sua proteção, sendo uma interior e outra exterior. A muralha exterior se inicia próximo à Abelheira, localizada a oeste da Tapada dos Bichos, e conta com uma porta principal de acesso.

Diversos caminhos serpenteiam ao longo da colina do castelo, levando à sua entrada. Após a conquista do castelo por Afonso Henriques, os Cavaleiros Templários assumiram a responsabilidade pela defesa e manutenção das muralhas, reestruturando-as.

Com o intuito de proteger tanto a população que residia na região quanto as colheitas e animais, decidiu-se por construir um segundo cinturão de muralhas.

A segunda camada de muralhas do Castelo dos Mouros é dotada de torres circulares e quadradas, ameias e merlões em forma de pirâmide, o que reforça a estrutura do castelo.

A entrada principal do castelo é protegida por dois torreões e ameias, e fica situada nesta muralha. A Porta da Traição, que dá acesso ao exterior do castelo em situações de emergência, encontra-se na região menos utilizada e mais íngreme da fortificação.

Construção das muralhas ao longo dos séculos

Alcáçova e Torre de Menagem

Vista da Torre de Menagem

A Alcáçova, onde as autoridades civis e religiosas do castelo residiam, está integrada à torre de menagem. Localizada em um dos pontos mais elevados do rochedo, ela oferece uma vista panorâmica da região da Serra de Sintra. Devido à sua posição estratégica, foi projetada para ser o último reduto de defesa do Castelo em caso de ataques inimigos.

Paredes espessas de pedra | Foto: site oficial

Nota: a torre de menagem é uma das estruturas mais comuns em um castelo medieval. Ela é uma torre alta e maciça, geralmente localizada no centro do castelo, e que serve como ponto de defesa e controle do castelo.

A torre de menagem era o coração do castelo e geralmente abrigava a residência do senhor do castelo ou do comandante militar, bem como as principais salas de reunião e de banquetes.

Além disso, a torre de menagem também era usada para vigiar as muralhas do castelo e para disparar projéteis contra os invasores, caso necessário.

Torre Real

A torre Real, localizada no Castelo dos Mouros, oferece a melhor vista para o magnífico Palácio Nacional da Pena. Ela recebeu esse nome por ser um dos lugares favoritos do Rei D. Fernando II para pintar.

Conhecido como Rei-Artista, o monarca era um ávido colecionador de gravuras desde os nove anos de idade e utilizava este espaço como inspiração para suas criações.

A torre Real é um dos pontos altos do castelo e, sem dúvida, um dos nossos lugares preferidos, pois a vista do alto é espetacular e proporciona uma vista panorâmica praticamente de todo o castelo.

Vista do Castelo dos Mouros a partir da Torre Real
Vista do Castelo dos Mouros a partir da torre Real

Praça de Armas

A Praça de Armas é a maior área do castelo e foi projetada para permitir a concentração da guarnição militar.

Durante o século 1, o rei D. Fernando II realizou reformas que transformaram este espaço em um ambiente tranquilo com elementos de influência mourisca, incluindo a Porta Árabe, uma entrada em arco em forma de ferradura na muralha.

Chegando à Praça de Armas

Antigos Estábulos

Localizadas no lado leste da muralha, há ruínas de duas áreas cobertas cujo uso ainda é incerto. Algumas teorias sugerem que esses espaços foram originalmente utilizados como estábulos e mais tarde como áreas para criação de animais domésticos.

Ao examinar o interior dessas áreas, é possível identificar traços das fundações de uma casa mourisca, assim como silos que evidenciam a ocupação islâmica na região.

Antigos estábulos | Foto: site oficial

Silos

Dentro do castelo, encontra-se uma área que abriga silos, buracos de diferentes tamanhos escavados nas rochas, utilizados pelos povos muçulmanos para armazenar e conservar cereais e leguminosas. Acredita-se que esses silos tenham sido usados durante a ocupação islâmica na região.

Silos, cobertos por folhas secas

Cisterna

A cisterna do Castelo dos Mouros, construída com blocos de granito provenientes de outra construção, é uma peça estratégica para refúgio dentro das muralhas do castelo, uma vez que garante o abastecimento de água.

Com capacidade para cerca de 600 m³, a cisterna é coberta por uma abóboda com duas chaminés de ventilação no pináculo. No seu interior, é possível observar marcas de canteiro do século 12 e uma porta de arco quebrado do século 13.

Cisterna | Foto: site oficial

Igreja de São Pedro de Canaferrim

A Igreja de São Pedro de Canaferrim, construída no século 12 em alvenaria de pedra de granito, é a primeira igreja paroquial de Sintra e operou até o século 14. Na capela-mor, ainda há vestígios de um antigo mural gótico do século 15.

Em 2015, um Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros foi inaugurado, com o objetivo de contar a história dos povos que viveram na região desde a pré-história (5.000 a.C.) até a Idade Média (séculos 10 ao 13).

Vista do exterior da antiga igreja
Atual Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros

O Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros exibe peças antigas encontradas nas escavações, bem como uma maquete que representa o castelo em sua época medieval.

Também há um vídeo que conta a história do local e exibições multimídia interativas, tornando a visita ainda mais interessante e educativa.

Objetos encontrados durante escavações e expostos na antiga igreja
Mais itens recolhidos nas escavações
Maquete do Castelo dos Mouros

Necrópole Medieval Cristã

Neste lugar, encontra-se uma necrópole medieval cristã, erguida entre os séculos 12 e 14, que foi construída em cima de um bairro islâmico medieval anterior.

Depois da conquista por Afonso Henriques, o bairro islâmico foi arrasado e o terreno transformado em um cemitério cristão que servia à Igreja de São Pedro de Canaferrim, onde cada sepultura abrigava mais de um indivíduo.

À esquerda, a Necrópole Medieval Cristã
Placa explicativa sobre a necrópole ao longo dos séculos

No Castelo dos Mouros, foram encontrados vestígios de ocupação humana em diferentes períodos históricos, incluindo o Neolítico, Idade do Cobre, Idade do Bronze, Idade do Ferro e também durante o período romano.

Muitos dos artefatos encontrados durante as escavações estão expostos no Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros, onde há uma área com chão de vidro e réplicas de esqueletos para simular o que foi encontrado no local.

Vidro no chão expõe “esqueletos”

Túmulo

Durante o reinado de D. Fernando II, algumas reformas realizadas no local acabaram por prejudicar uma parte da necrópole cristã construída ao redor da igreja.

Para resolver o problema, um túmulo foi erguido para sepultar os ossos encontrados na área e uma lápide foi esculpida com a inscrição: “O que o homem juntou, só Deus pode separar”, já que não era possível determinar se os restos mortais eram cristãos ou mouros.

À direita, o túmulo, à esquerda, a entrada da antiga igreja

Por que visitar o Castelo dos Mouros

Visitar o Castelo dos Mouros em Sintra é uma experiência única para quem deseja conhecer mais sobre a história e a arquitetura da região. Além de sua importância militar e estratégica, o castelo oferece uma vista panorâmica de tirar o fôlego da vila de Sintra, do Palácio da Pena e da serra.

Ao longo dos séculos, o Castelo dos Mouros passou por diversas intervenções e restaurações, incluindo trabalhos arqueológicos que permitiram compreender melhor sua ocupação e importância para a região.

Hoje, é possível explorar suas muralhas, torres e outras estruturas, assim como aprender mais sobre a história e a cultura do local.

Se você estiver em Lisboa, não deixe de incluir o Castelo dos Mouros em seu roteiro de viagem. É uma oportunidade única para conhecer mais sobre a história de Portugal e apreciar a beleza natural da região de Sintra.

Onde comer e comprar no Castelo dos Mouros

Existem dois locais para alimentação dentro do Castelo dos Mouros. A Cafeteria do Castelo está localizada dentro das muralhas e possui um pátio agradável.

Já a Casa do Guarda é uma cafeteria instalada na antiga Casa do Guarda do Castelo dos Mouros, localizada fora das muralhas, e possui um terraço no topo que oferece vistas panorâmicas da Serra de Sintra.

Cafeteria do Castelo | Foto: site oficial

Como chegar lá

Para chegar ao Castelo dos Mouros a partir de Lisboa, você pode pegar um trem da linha de Sintra na estação do Rossio ou na estação de Entrecampos. A viagem leva cerca de 40 minutos e o trem tem saídas frequentes ao longo do dia.

Ao chegar à estação de Sintra, você pode pegar um ônibus turístico que faz um circuito pelos principais pontos turísticos da cidade, incluindo o Castelo dos Mouros. O ônibus tem uma parada próxima à entrada do castelo, e a viagem leva cerca de 10 minutos.

Também é possível chegar ao Castelo dos Mouros de carro ou táxi, seguindo pela estrada que leva à serra de Sintra. No entanto, é importante lembrar que o acesso ao castelo é feito por uma estrada estreita e sinuosa, e que o estacionamento é limitado.

A seguir, uma lista de opções para chegar ao Castelo dos Mouros em Sintra:

  1. Caminhando: o percurso a partir do centro da vila histórica de Sintra tem cerca de 1,8 km, mas é importante lembrar que o Castelo dos Mouros fica no alto de uma colina e a caminhada é íngrime. É uma boa opção para quem tem bom preparo físico e gosta de caminhar.
  2. Ônibus: pegue o ônibus da Rota 434, Circuito da Pena, da empresa Scotturb. Uma passagem só de ida para esta rota custa 3.90 euros e a opção hop on hop off custa 6.90 euros. O primeiro ônibus sai às 9h30 e é possível conferir os horários e pontos de parada no site da empresa.
  3. Uber: é uma opção interessante e a preços justos, principalmente para quem quer conforto e ar condicionado. Porém, é importante estar ciente de que o trânsito pode ser um pouco chato aos fins de semana e verão.
  4. Tuk Tuk: é uma alternativa mais barata em relação ao Uber, mas sem o mesmo conforto. É importante negociar o preço antes de entrar, como nos tuk tuks da Ásia. É uma boa opção para driblar o trânsito.
  5. Excursões: para quem está em Lisboa, uma boa pedida é participar de uma excursão guiada que inclui a visita a outros lugares, otimizando o tempo. Existem diversas opções disponíveis para escolher.

As opções para chegar ao Castelo dos Mouros a partir de Lisboa são:

  • Trem até Sintra + ônibus turístico
  • Carro ou táxi

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