Fortaleza árabe do século 12, o castelo de Torres Novas se localiza na cidade de Torres Novas, no distrito de Santarém.
Definitivamente conquistado aos mouros por D. Sancho I, em 1190, é um símbolo da importância da localidade na época medieval.
Às margens do rio Almonda, em posição dominante sobre a cidade de Torres Novas, o antigo castelo medieval, inúmeras vezes reconstruído, permanece como ex-libris do município.
Rodeado por uma muralha de onze torres, o castelo possui no seu interior um aprazível e bem cuidado jardim, a casa do alcaide, onde vivia o governador do castelo, e instalações sanitárias.
Aberto todos os dias das 9h às 17h, a sua visitação é gratuita. Algumas das torres é possível acessar por escadas e, no topo, possuem binóculos gratuitos que permitem apreciar as excelentes vistas sobre a cidade de Torres Novas.
De fato, o monumento não desilude os seus visitantes. É um dos mais bonitos castelos medievais do país, classificado como Monumento Nacional em 16 de junho de 1910.
Ao longo do tempo, o castelo sofreu várias reconstruções. A mais importante, que restituiu a estrutura da construção, foi feita em 1940 por ocasião das comemorações dos centenários da Independência e da Restauração.
Um projeto de recuperação física e paisagística tornou o castelo de Torres Novas e a área envolvente lugares ainda mais aprazíveis com a construção de uma área de lazer e circuitos pedonais.
Veja como é o castelo de Torres Novas:
Um pouco de história
É certo que no local existia uma povoação muçulmana na época da Reconquista cristã da Península ibérica, com a posse do castelo oscilando ao sabor dos avanços e recuos da linha fronteiriça.
Embora se acredite que tenha sido conquistado inicialmente em 1135, e depois recuperado pelos mouros em 1137, as fontes documentais apontam que o castelo tenha sido definitivamente conquistado pelas tropas sob o comando de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, em 1148, na sequência das conquistas, no ano anterior, de Lisboa e Santarém.
Inicialmente denominada Turris, admite-se que o monarca tenha reconstruído a fortaleza, quando a povoação teve acrescida a designação “Novas” à sua toponímia, para distinguir de sua homônima, no distrito de Lisboa, que passou a ser conhecida como Torres “Velhas”, atual Torres Vedras.
No ano de 1184, os mouros voltaram à carga contra a fortificação. O califa Abu Iacube Iúçufe, do Califado Almôada, uma dinastia bérbere que governou o Norte de África e parte da Península Ibérica entre 1147 e 1269, acampou com suas forças no local até hoje conhecido como Arraial, a sudeste da vila.
Dali, os mouros assaltaram a povoação, destruindo a sua fortificação, e a seguir se dirigiram para Santarém, onde foram derrotados, com o emir vindo a falecer em consequência dos ferimentos recebidos na batalha.
O castelo foi então reedificado no reinado de D. Sancho I (1185-1211) quando, possivelmente durante a sua reconstrução, a povoação foi atacada novamente pelos almôadas, agora comandados por Iacube Almançor, irmão do falecido Iúcufe, que recuperaram a fortificação após um cerco de 10 dias (1190).
As tropas almôadas deixaram uma guarnição em Torres Novas e se dirigiram para assediar o castelo de Tomar. Acredita-se que D. Sancho tenha recuperado o castelo após alguns meses visto que o soberano, de modo a incrementar a sua defesa e povoamento, passou-lhe o primeiro foral, a carta que regulava a administração da vila, em 1 de outubro desse mesmo ano, reedificando a fortificação.
O castelo de Torres Novas sofreu obras de ampliação no século 14, após as lutas com Castela, um dos antigos reinos da Península Ibérica formados durante a Reconquista, durante o reinado D. Fernando (1367-1383), quando foi ampliada a cerca da vila.
Do século 18 até os nossos dias
O castelo de Torres Novas ficou obscurecido com a perda de expressão da vila frente a outros núcleos habitacionais nos séculos seguintes.
No século 18, foi severamente abalado pelo terremoto de 1755, tendo sido abandonado permanentemente depois que ruíram quatro torres e diversos pedaços da muralha medieval.
Foram registrados novos danos no início do século 19, durante a chamada Guerra Peninsular, quando as tropas de Napoleão ocuparam a vila. Com o crescimento urbano ao redor, a muralha medieval foi quase que inteiramente destruída.
Na década de 1940 do século passado, o castelo foi considerado monumento nacional tendo então sido restauradoe , nos anos de 1970, novas obras recuperam a alcaidaria. Bem recuperado nos dias de hoje, está aberto à visitação pública de forma gratuita.
Algumas imagens que mostram como o castelo é lindíssimo tanto de dia como de noite:
Como chegar a Torres Novas
O trajeto até a cidade de Torres Novas pode ser feito de trem, seguido de ônibus, ou de carro, pela A1, a Auto-estrada do Norte.
Na estação de Santa Apolônia, em Lisboa, pega-se o trem com destino a Riachos-T.Novas-Golegã. O percurso dura cerca de 1h34 e há partidas a cada hora. O preço do bilhete custa entre 7 e 11 euros (35 a 55 reais).
Em Riachos, saem ônibus a cada hora até Torres Novas, num percurso que dura 28 minutos, com saídas a cada hora. O bilhete custa cerca de 2 euros.
Se for de automóvel, o trajeto pela A1 dura 1h9 em uma viagem de 113,4 km. O custo aproximado da gasolina custa entre 16 a 23 euros (85 a 130 reais).
Mapa de como chegar ao castelo de Torres Novas:
39°28′52″ N – 8°32′22″ O
Locais de interesse ao redor:
Perto de Torres Novas, outros locais turísticos de interesse são as famosas Grutas de Mira de Aires. Para que gosta de contato com a natureza e caminhadas, também recomendamos as aprazíveis praias fluviais do Agroal e Penedo Furado.