1 dia em Castelo Rodrigo, umas das 12 Aldeias Históricas de Portugal

Castelo Rodrigo, situada no município de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, faz parte das “12 Aldeias Históricas de Portugal“, um programa governamental iniciado em 1991 com o objetivo de preservar e valorizar aldeias antigas da região da Beira Interior.

Durante a Idade Média, Castelo Rodrigo desempenhava um papel importante na defesa fronteiriça de Portugal e contava com uma muralha fortificada composta por 13 torreões.

Embora apenas algumas dessas estruturas defensivas tenham resistido ao longo do tempo, elas proporcionam vistas panorâmicas impressionantes da vila de Figueira de Castelo Rodrigo e da Serra da Marofa. Essas ruínas funcionam como verdadeiros miradouros, permitindo apreciar a paisagem circundante.

Castelo Rodrigo, com seu rico patrimônio histórico, é um destino bastante interessante para aqueles que desejam conhecer a história e a cultura da região e desfrutar das belas paisagens que a rodeiam.

Breve História de Castelo Rodrigo

A área onde Castelo Rodrigo está localizada possui vestígios de ocupação humana há milhares de anos, com achados paleolíticos e megalíticos. Durante escavações arqueológicas, foram descobertos artefatos pré-históricos, pré-romanos, romanos e árabes.

Durante a Reconquista Cristã, Castelo Rodrigo foi conquistada pelos cristãos e tornou-se parte do Reino de Leão. Somente mais tarde, com a assinatura do Tratado de Alcanizes por D. Dinis em 12 de setembro de 1297, a antiga vila passou para o domínio português.

No século XIV, a aldeia histórica de Castelo Rodrigo foi repovoada e seu castelo foi reconstruído, aproveitando as fundações árabes da alcáçova. No entanto, durante a Dinastia Filipina, a vila foi transformada em um marquesado espanhol, administrado por Cristóvão de Moura, o vice-rei de Portugal.

Durante a Guerra da Restauração (1640-1668), Castelo Rodrigo foi palco de conflitos e invasões. Com o tempo, a vila perdeu importância no cenário administrativo e tornou-se uma freguesia do recém-criado município de Figueira de Castelo Rodrigo, durante o reinado de D. Maria II.

Visitando Castelo Rodrigo

Conhecer as Aldeias Históricas de Portugal, incluindo Castelo Rodrigo, pode ser uma excelente experiência para explorar o patrimônio histórico do país.

Se você planeja visitar várias aldeias históricas em uma única viagem, pode combinar um dia para conhecer Castelo Rodrigo, Almeida e Castelo Mendo. Almeida fica a pouco mais de 20 km ao sul de Castelo Rodrigo, enquanto Castelo Mendo está ainda mais ao sul, a cerca de 45 km.

Algumas das aldeias históricas, como Castelo Mendo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Piódão e Sortelha, podem ser visitadas em uma manhã ou tarde, pois são menores e possuem menos monumentos para explorar.

No entanto, a quantidade de tempo necessário para visitar cada aldeia depende do número de monumentos e atrações que você deseja incluir em seu itinerário.

Vale ressaltar que aldeias como Almeida, Belmonte, Castelo Novo, Castelo Rodrigo e Monsanto são vilas e podem exigir um dia inteiro, ou até mesmo dois, para explorar completamente. O mesmo se aplica a Trancoso, que é uma cidade. Abaixo está a lista das 12 Aldeias Históricas de Portugal para sua referência:

  1. Almeida, no distrito da Guarda
  2. Belmonte, no distrito de Castelo Branco
  3. Castelo Mendo, no distrito da Guarda
  4. Castelo Novo, no distrito de Castelo Branco
  5. Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda
  6. Idanha-a-Velha, no distrito de Castelo Branco
  7. Linhares da Beira  (ou simplesmente Linhares), no distrito da Guarda
  8. Marialva, no distrito da Guarda
  9. Monsanto, no distrito de Castelo Branco
  10. Piódão, no distrito de Coimbra
  11. Sortelha, no distrito da Guarda
  12. Trancoso, no distrito da Guarda

Roteiro de Castelo Rodrigo

Porta do Sol (ou Porta Nascente)

A Porta do Sol, também conhecida como Porta Nascente, é a entrada mais emblemática de Castelo Rodrigo.

Com sua orientação para o leste, essa porta medieval era uma das três principais entradas da aldeia histórica quando estava cercada por muralhas, juntamente com a Porta da Alverca e a Porta da Traição.

A construção da Porta do Sol remonta à época medieval, e sua localização estratégica proporciona vistas panorâmicas da fronteira com a Espanha.

Essa posição privilegiada permitia uma visão ampla e estratégica do território, possibilitando a observação de qualquer movimento inimigo em direção à aldeia.

A vista da Porta do Sol também abrange a encantadora vila de Figueira de Castelo Rodrigo, situada à esquerda, e o imponente Mosteiro de Santa Maria de Aguiar, à direita.

Ao passar pela Porta do Sol, os visitantes são transportados para um cenário de época, repleto de história e encanto.

A arquitetura medieval da porta e as vistas deslumbrantes que se revelam a partir dela proporcionam uma experiência única, permitindo aos visitantes apreciar a beleza natural e a riqueza cultural da região.

A Porta do Sol é, sem dúvida, um dos locais imperdíveis ao visitar a encantadora aldeia de Castelo Rodrigo.

Torre do Relógio

A Torre do Relógio, localizada em Castelo Rodrigo, foi construída durante o reinado de D. Dinis, quando o castelo passou por um processo de reconstrução e recebeu uma Barbacã – um muro defensivo anterior às muralhas que reforçava a proteção da fortaleza. A torre está situada em um dos torreões dessa Barbacã, a poucos metros da Porta Monumental do Palácio.

Embora o nome atual seja “Torre do Relógio”, você pode se perguntar: “Não deveria ser chamada de ‘Torre Sineira’?” De fato, atualmente a Torre do Relógio desempenha o papel de torre sineira.

No entanto, os historiadores descobriram que durante a Idade Média, a torre possuía um relógio de martelo que funcionava com pesos de granito, sendo assim um marco importante para medir o tempo na época.

A Torre do Relógio representa uma combinação de história e função prática, mantendo-se como um símbolo da arquitetura medieval e do passado glorioso de Castelo Rodrigo.

Hoje em dia, a torre preserva seu papel tradicional como torre sineira, ecoando os seus sons pelas ruas da aldeia e proporcionando uma atmosfera encantadora e pitoresca aos visitantes.

Além do mais, sua localização estratégica oferece uma vista privilegiada da paisagem circundante, permitindo que os visitantes apreciem a beleza da região enquanto exploram as histórias contidas nas paredes da Torre do Relógio.

Castelo de Castelo Rodrigo

O Castelo de Castelo Rodrigo, que dá nome à pequena aldeia histórica, é o seu centro histórico e possui diversos pontos de interesse para explorar.

Ao chegar, recomenda-se visitar o Posto de Turismo, onde é possível obter um mapa da região e adquirir o bilhete de entrada para o Castelo, que custa 1 euro.

Tanto o Posto de Turismo quanto o Castelo estão abertos de segunda a sexta-feira, das 09:00 às 13:00 e das 14:00 às 17:00. Dentro das ruínas do Castelo, você encontrará os seguintes locais de interesse:

  • Bombardeiras Cruzetadas
  • Cisterna
  • Palácio de Cristóvão de Moura
  • Porta da Traição
  • Porta Monumental do Palácio
  • Torre de Menagem

Conforme mencionado anteriormente, o Palácio de Cristóvão de Moura foi construído por ordem do governante Cristóvão de Moura durante a Dinastia Filipina, em 1590.

No entanto, após a Restauração da Independência, o edifício foi incendiado pela população, que o considerava um símbolo do domínio espanhol. Ainda assim, é possível apreciar as ruínas e imaginar a grandiosidade que o palácio um dia representou.

Ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura

Durante a Dinastia Filipina, no final do século 16, Filipe II de Espanha elevou a vila de Castelo Rodrigo a condado, sendo o primeiro titular o Conselheiro D. Cristóvão de Moura em 1594.

Cristóvão de Moura, filho de um antigo alcaide da vila e figura importante na diplomacia durante a crise de sucessão de 1580, decidiu construir um palácio como sua residência no local onde antes existia a antiga alcáçova. O palácio era cercado por muros reforçados com torres e possuía uma porta em estilo gótico.

Com a morte de Filipe II, seu sucessor elevou o condado a marquesado em 1600, e o titular passou a ostentar o título de 1° Marquês de Castelo Rodrigo.

No entanto, com a Restauração da Independência portuguesa, o palácio, que havia se tornado um símbolo da opressão espanhola, foi incendiado pela população. Como resultado, o palácio encontra-se atualmente em ruínas.

Pelourinho

O Pelourinho de Castelo Rodrigo foi construído durante o reinado de D. Manuel I, quando o monarca emitiu uma carta de foral em 1508, concedendo à cidade certos privilégios.

Trata-se de uma estrutura imponente, composta por um pedestal de cinco degraus e uma coluna que alcança quase 8 metros de altura.

De forma curiosa, os dois degraus inferiores têm uma forma diferente dos restantes, não seguindo o padrão octogonal ou circular. Se observados de outras perspectivas, até parece que não fazem parte do próprio Pelourinho!

No topo, a coluna é adornada com uma gaiola característica do estilo manuelino. O Pelourinho de Castelo Rodrigo foi classificado como Monumento Nacional em um decreto de 1922, juntamente com o Castelo da região.

Igreja Matriz (ou Igreja de Nossa Senhora de Rocamador)

A Igreja Matriz de Castelo Rodrigo remonta ao século 13 e foi estabelecida pela Confraria dos Frades de Nossa Senhora de Rocamador, uma associação religiosa francesa que fornecia apoio aos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela – o destino de peregrinação mais importante da Europa na Idade Média.

Do ponto de vista arquitetônico, a igreja católica apresenta uma combinação dos estilos românico e gótico. No entanto, ao longo dos séculos, sofreu diversas intervenções que deixaram suas marcas, como evidenciado pelo púlpito renascentista em granito, o teto com caixotões de madeira em estilo barroco e o retábulo rococó em talha dourada.

Essas adições e alterações ao longo do tempo resultam em uma riqueza estilística que reflete diferentes épocas e influências. A Igreja Matriz de Castelo Rodrigo é um testemunho vivo da evolução da arquitetura sacra ao longo dos séculos e uma expressão da devoção religiosa da comunidade local.

Cisterna

A Cisterna do Castelo de Castelo Rodrigo desempenhava um papel fundamental no abastecimento de água da fortaleza militar.

No entanto, a população da aldeia dependia de outra cisterna localizada no centro, que tinha 13 metros de profundidade e contava com duas entradas – uma em estilo gótico e outra em estilo árabe. Surpreendentemente, essa cisterna nem sempre foi utilizada como reservatório de água.

Antes da promulgação do édito de expulsão dos judeus, assinado pelo rei D. Manuel I em 5 de dezembro de 1496, Castelo Rodrigo abrigava uma comunidade judaica com sua própria sinagoga e mikvé, que era um espaço destinado a banhos de purificação.

Em outras palavras, cada uma dessas entradas fornecia acesso a um local específico dentro da comunidade judaica. Essa história revela a presença e a influência da comunidade judaica em Castelo Rodrigo antes da expulsão forçada.

Padrão da Restauração

O Padrão da Restauração de Castelo Rodrigo tem uma semelhança marcante com o Cruzeiro de Castelo Novo (outra das aldeias históricas portuguesas), pois também foi erguido em 1940 para celebrar os 300 anos da Restauração da Independência de Portugal, ocorrida em 1º de dezembro de 1640.

Como mencionado anteriormente, Castelo Rodrigo teve um papel ativo na Guerra da Restauração, e o Padrão da Restauração tem como objetivo evocar duas datas cruciais na história da pequena aldeia.

Uma delas é o Cerco liderado pelo Duque de Ossuna em 25 de junho de 1664, e a outra é a subsequente Batalha da Salgadela, que ocorreu em 7 de julho de 1664, após a invasão mencionada.

Esses eventos históricos marcaram momentos significativos na luta pela independência e resistência de Castelo Rodrigo.

Para chegar a Castelo Rodrigo a partir de Lisboa, existem algumas opções de transporte disponíveis:

  1. Carro: A viagem de carro dura cerca de 3 horas e 30 minutos. Siga pela Autoestrada A1 em direção ao norte até chegar a Viseu. Em Viseu, siga as indicações para Trancoso e, a partir daí, siga as placas para Castelo Rodrigo.
  2. Transporte público: Não há uma ligação direta de transporte público entre Lisboa e Castelo Rodrigo. Recomenda-se pegar um trem ou ônibus de Lisboa até a cidade de Guarda, e então pegar um táxi ou alugar um carro para chegar a Castelo Rodrigo, que fica a aproximadamente 40 km de distância.

Para chegar a Castelo Rodrigo a partir do Porto, também há opções de transporte:

  1. Carro: A viagem de carro dura cerca de 2 horas e 30 minutos. Siga pela Autoestrada A1 em direção ao sul até chegar a Viseu. Em Viseu, siga as indicações para Trancoso e, a partir daí, siga as placas para Castelo Rodrigo.
  2. Transporte público: Não há uma ligação direta de transporte público entre o Porto e Castelo Rodrigo. Recomenda-se pegar um trem ou ônibus do Porto até a cidade de Vila Nova de Foz Côa, e então pegar um táxi ou alugar um carro para chegar a Castelo Rodrigo, que fica a aproximadamente 40 km de distância.

É importante verificar os horários e disponibilidade de transporte público antes da viagem, pois eles podem variar. Além disso, ter um carro particular pode facilitar o deslocamento e a exploração da região.

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